A Psicanálise

“A arte da cura pela fala”

A psicanálise em sua essência vem tratar do encontro. Um encontro muito curioso, pois inicia-se com falas corriqueiras, o que parece muitas vezes trivial. Mas, no decorrer dessa trajetória, ocorre um entendimento de que ali há uma escuta que atravessa todo cotidiano.

Por meio de um método de “dizer tudo aquilo que passa pela mente”, sem pensar, há uma entrega no universo das palavras, e percebe-se o quanto somos reféns da linguagem. Sim, a linguagem não dá conta de transpor todo o universo que habita cada sujeito. Mas, são nos deslizes da fala que se constata o que se pensava, mas não sabia. Diante disso, o analista recolhe esse dito e devolve ao sujeito.

A psicanálise, funciona como esse dispositivo da linguagem, que permite ao sujeito entrar em contato com questões que habitam seu ser. Essa é uma forma de terapia que não tem como pretensão alguma indicar, sugestionar dentro de uma visão contemporânea de “solução rápida e indolor”. A psicoterapia psicanalítica caminha na contramão disso, pois, propõe ao sujeito uma experiência artesanal de construções e descontruções, de leituras e releituras de cartas que todos recebem da vida, sejam aquelas vindas dos pais, dos irmãos, dos relacionamentos, dos filhos, dos amigos, cartas essas que colocam todos os seres humanos diante de questões como o nascimento, a vida
e a morte.

“Ouve-me, ouve meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa” - Água Viva, Clarice Lispector.

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